Cerca de 70 mil pessoas foram às ruas de São Paulo contra a reforma da Previdência (PMDB), a reforma trabalhista e pela saída do presidente golpista Michel Temer, nesta sexta-feira (31). A manifestação saiu da Avenida Paulista, andou por toda a rua da Consolação até chegar à praça da República, onde se juntou com a marcha dos professores e professoras. Convocado pela Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo, o ato foi um “esquenta” para a greve geral do dia 28 de abril.
“A greve geral vai ser um sucesso, hoje o dia está sendo um sucesso. Nem era um dia de paralisação, mas teve trabalhador que paralisou. Teve gente fazendo greve espontânea”, afirmou Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), presente no ato. “Não é mais um movimento só nosso, mas de toda a sociedade brasileira, contra a retirada de direitos e pela democracia”.
Em abril, protestos e paralisações no campo e na cidade vão construir a greve geral. Douglas Izzo, presidente da CUT em São Paulo, afirmou que a preparação envolve atividades nas Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas, com o intuito de pressionar os parlamentares contra a reforma.
“Dia 28 de abril vai ser um grande dia e superior ao dia 15, nós vamos conseguir virar o jogo, e derrotar a reforma da Previdência”, afirmou Silvia Ferrado, da Frente Povo Sem Medo. Gilmar Mauro, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) disse que abril já é um mês tradicional de lutas no campo, e que, este ano, a mobilização será ainda mais intensa. “Há uma disposição de luta que há muito tempo não se via”, afirmou.
“A rua tá virando. O povo tá entendendo o que significa o governo do Temer e essas contrarreformas brutais que são um retrocesso incrível ao país”, disse Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). “A greve do dia 28 é um marco, nós vamos impedir essa votação”.
“O que ocorre é uma catástrofe, perda de direitos em todas as áreas e em todos os sentidos. A gente vê que as pessoas estão revoltadas e dispostas a lutar. Golpe em cima de golpe”, diz. “Eu trabalho na área de saúde do trabalhador e temos clareza de quanto essa reforma vai piorar aquilo que já é muito ruim”, afirmou Renata Paparelli.
“Esse governo só quer ferrar a parte do trabalhador, e estamos dando a resposta, na rua. Estamos na rua para não mudar coisas que já conquistamos lá atrás”, afirmou o trabalhador da Ford Giovani Alves da Silva. “Vamos brigar até as últimas. Isso que eles querem fazer, não vão conseguir, se depender do povo”, disse.
“É o maior retrocesso social, político e econômico que eu já acompanhei na minha vida”, disse Maristela Regiane, 52 anos. Para ela, apenas o povo nas ruas, pressionando deputados e senadores, pode reverter esse cenário.
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